Social Branding? O que é isso?
Numa era onde tudo e todos estão interligados por meio da internet, fazer uso das conexões – de forma otimizada – tornou-se estratégico. E quem faz isso bem, mesclando timming, criatividade, bom humor, jogo de cintura e adaptação, se destaca nas estratégias de Social Branding.
Social branding é uma forma de utilizar uma comunicação adequada às características e expectativas de determinado público, usando principalmente as redes sociais para isso. Assim, o target, passa a perceber a marca, ou empresa, ou produto, ou serviço, de forma mais próxima, democrática e – boa parte das vezes – divertida.
Ao invés das estratégias top-down (a mais comum em publicidade/propaganda), no Social Branding é buscada a proximidade com o público, por meio de fidelização através de engajamento.
Depois desse breve resumo, elencamos 5 marcas que bombaram nas redes sociais e provaram que boas estratégias de Social Branding podem mudar tudo e fidelizar o público de forma única.
1. Nubank
Se você ainda não conhece o Nubank, não sabe o que tá perdendo.
Pra quem não sabe – tipo eu, antes de pesquisar pra escrever esse artigo – o Nubank é uma espécie de banco digital livre de burocracias, taxas, filas e tudo que há de ruim em agências físicas. Mas, sinceramente, o maior diferencial deles é justamente a razão de ele estar figurando nessa lista: Social Branding.
Com uma linguagem informal, conteúdo bem-humorado e uma atenção aos clientes que deveria ser tomada como padrão de excelência, o Nubank destacou nas redes sociais.
Uma das lições mais importantes aprendidas com essa start-up que só cresce a cada dia, foi a de saber como criar mídia espontânea por meio de ações off-line que se tornam conteúdo (gerado pelo público) e replicado de forma natural.
Engajamento, para eles, é um exercício diário. E muito bem feito, por sinal.

Entre os exemplos de diferenciais do Nubank temos cartas escritas à mão pelo pessoal da equipe, com muito carinho e informalidade. Além disso, houveram casos nos quais eles já enviaram uma lancheira roxa para um de seus seguidores que teve uma cobrança duplicada numa lanchonete. Também mandaram de presente um simpático Pikachu para um de seus clientes que teve seu cartão fraudado e bloqueado.

Nu Bank é um exemplo a ser seguido sobre quebra de padrões burocráticos e forma de se comunicar com os Millenials e a Geração Y.
Sinceramente? Nubank rocks.
2. Netflix
Se você também é usuário da mais famosa rede de streaming televisivo do mundo, sabe porque ele está aqui nessa lista. Afinal, basta uma breve passagem pela sua fanpage para encontrar as respostas mais bacanas nos comentários de publicações.

A Netflix não só brinca junto com o público nas redes sociais, como também gera a pauta que estimula os seguidores e já faz alusão aos seus filmes e séries. Em outras palavras, ela se promove brincando.

Não bastasse a simpatia, a interação com o público e as respostas míticas (inclusive, algumas bem diplomáticas sem perder a veia humorística), a Netflix ainda usa muitas estratégias de Branded Content.

Social Branding + Branded Content + Storytelling = sucesso.
Outro aspecto diferencial de sua atuação é a enxurrada de referências que ela usa pra causar entretenimento. Um case inesquecível foi um pequeno filme com nossa Rainha dos Baixinhos fazendo piada com diversas lendas urbanas que usavam pra nos assustar na infância.
Com direito a disco de vinil ao contrário, boneca Xuxa possuída, número da besta e “senta lá, Cláudia”, a campanha tinha como objetivo promover a série Stranger Things que é focada essencialmente em mitos bizarros.
Além disso, também temos Inês Brasil contracenando com Piper Chapman, num diálogo cômico voltado para o desabafo da carioca sobre a situação na cadeia e a chegada de novas detentas e da nova temporada de Orange is the New Black. Vale à pena conferir.
3. Cemitério Jardim da Ressurreição
Imagina uma galera muito zoeira que consegue unir humor negro, memes e senso de responsabilidade social.
O social branding do Cemitério Jardim da Ressurreição segue uma linha que consegue viralizar um conteúdo de um nicho que sempre foi complexo de se fazer publicidade. Principalmente usando o humor como viés principal de engajamento.

Criando uma repercussão atrás da outra, conseguiu por meio de uma gestão eficiente popularizar a hashtag “#cemi” e tornou-se sinônimo de social branding e engajamento qualificado. O feito é grande por diversas razões, mas umas das principais é: conseguem engajar com públicos de outros estados, o quais provavelmente nem serão seu público-alvo, visto que a própria logística dos seguidores inviabiliza o “fechamento do negócio” ou a visita “à loja”.
Vale ressaltar ainda que o cemitério mais querido das redes sociais aborda temas em torno de tabus e não tem medo de se manifestar.
Entre os exemplos que temos sobre sua preocupação com os aspectos sociais, temos posts sobre doação de órgãos, apoio à causa LGBT, conscientização de motorista, luta contra o racismo, combate à depressão, dentre outros. Tudo pautado em doses de humor negro com responsabilidade, um equilíbrio difícil de se manter, mas que o fazem com muito primor.
Ainda falando de inclusão social, em suas últimas postagens, ele vem aderindo ao uso de descrição de imagem através de texto utilizando a hashtag #pracegover. A tradução textual, visa disponibilizar a áudio-descrição, dando acesso ao público de deficientes visuais.
A contextualização com memes e músicas – ou modinhas – do momento também se destacam em seus posicionamentos. Uma peça famosa foi do post “Se juntas já causam, imagine juntas”.
Social Branding bem feito, com muito jogo de cintura, ousadia e um engajamento sonhado por muitas marcas, #Cemi é mais que um exemplo. É uma referência.
4. Prefeitura de Curitiba
Ok. Já entendemos que todos os cases citados aqui tinham alguns ingredientes em comum: humor, simpatia, diplomacia e senso de responsabilidade.
Não teria sido diferente com a Prefeitura mais charmosa das redes sociais.
Usando uma chuva de referências às memórias afetivas de todo o público, a prefeitura de Curitiba mantém uma linha criativa de abordagem nas redes sociais para que o engajamento se mantenha e o público esteja ali, disponível, quando o assunto for sério.

Em outras palavras, eles te pescam com um conteúdo voltado para o entretenimento, assim, você estará a acompanhando quando precisarem falar sobre uma campanha de febre amarela, consumo de água, ou outros assuntos que precisam de mais atenção.
Uma das razões de seu destaque é o fato de ser um perfil governamental. Normalmente, ações comunicacionais voltadas para o Poder Público costumam seguir um caráter mais conservador e sóbrio, uma vez que a população talvez não saiba interpretar adequadamente alguns níveis de ousadia.
Na verdade, fazer social branding para entidades governamentais é um desafio, visto que o público brasileiro tem constantes reclamações e procuram as redes sociais do órgão ou setor para se manifestar. Complicado, né?
No uso de piadas internas, a “Prefs” traz personagens icônicos como o Goku – de Dragon Ball – e Seiya de Pégaso, protagonista do icônico anime Cavaleiros do Zodíaco. Pra quem não acompanhou os desenhos animados a piada pode ficar desconexa, mas a prefeitura sempre tem uma outra postagem fazendo referências emotivas para outros públicos.
A Prefeitura de Curitiba traz uma demonstração de que o social branding de órgãos públicos pode ser muito mais interessante e sem perder seu caráter informativo.
5. Gary Vaynerchuk
Certo. Não é exatamente uma marca, mas uma pessoa que vem se tornando uma. Inclusive, recomendamos que dê uma lidinha no nosso artigo de Personal Branding que fala um pouco a respeito disso.
Mas o fato é que Gary Vaynerchuck é um dos profissionais de marketing mais proeminentes da atualidade e um dos maiores exemplos de empreendedorismo e uso de redes sociais como forma de promoção.
Por mais que seja criticado recorrentemente pelo seu estilo agressivo e pela forma como se autopromove, Gary utiliza uma linguagem jovial, irreverente e – por vezes – meio despeitada.
Social Branding não tem receita de bolo, e Vaynerchuck é exemplo disso. Por mais questionáveis que sejam suas abordagens, ele se destaca pelo seguinte motivo: ele fala a verdade. E se falar a verdade envolve ou não um linguajar repleto de palavrões e gírias, ele aparentemente não se importa.
Gary fala como seu público fala e diz exatamente o que isso quer ouvir. Suas dicas de sucesso são incisivas, abolindo de seu discurso qualquer dó ou piedade de quem não gosta de ouvir críticas ou possui algum perfil demagógico.
Um de seus segredos é a frequência de postagem nas redes sociais. Todos os dias há conteúdo novo e relevante, traduzido de forma interessante e que se mantém integrado com outras mídias sociais.
YouTube, Instagram, Facebook, Spotfy, dentre outras, são interligadas e ao mesmo tempo independentes, fazendo uso otimizado de cada recurso permitido por cada uma dessas plataformas.
Vaynerchuck consegue manter o micro e macro conteúdos com qualidade e servindo de parâmetro para outro profissionais de marketing que buscam inspiração, método e exemplos de como espremer estratégias de social branding e otimizá-las ao máximo.